‘Cohousing’: modelo de moradia sustentável é baseado no compartilhamento

É possível viver confortavelmente com menos espaço e ser mais feliz? Comunidades cooperativas dentro de ambientes urbanos existem há algumas décadas e podem se tornar o modelo de bairro sustentável do futuro.

Nos anos 60, um grupo dinamarquês, insatisfeito com as consequências negativas das práticas individualistas para o meio ambiente, fundou um sistema de moradia que valorizava o convívio com os vizinhos e praticava a política do compartilhamento. Esse modelo sustentável de habitação foi chamado de “cohousing” e aplicado em diversos países da Europa, além dos Estados Unidos e do Canadá.

Exemplo de um “cohousing” localizado na Califórnia (EUA)

Guiadas pelo espírito da solidariedade e respeito ao meio ambiente, essas comunidades urbanas reúnem pessoas que se conhecem e desejam viver coletivamente. Cada indivíduo ou família tem sua própria casa e privacidade, mas divide outros espaços, como refeitórios, academias, bibliotecas, hortas e lavanderias, além de serviços compartilhados, como carros e bicicletas.

Os “cohousing” não têm hierarquia e cada um faz suas próprias regras. As decisões são tomadas em grupo para tratar de questões relacionadas a manutenção e outras preocupações.

Além de um sistema de moradias, é um estilo de vida que aproxima as pessoas e provoca a economia dos recursos naturais do planeta. Uma comunidade no Estado do Colorado, nos EUA, teve uma economia de 50% em suas contas de água e energia em comparação com as casas vizinhas.

Ainda não há um modelo de “cohousing” no Brasil, mas grupos interessados crescem por todo o país. A arquiteta e urbanista Lilian Lubochinski criou dois grupos, o Cohousing Brasil e o Cohousing Sampa, com a intenção de facilitar a disseminação e mostrar os modelos pelo mundo.